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quarta-feira, 14 de agosto de 2013



O populismo marcou o tom das relações políticas no Brasil entre os anos de 1945 e 1964.

Atingindo a década de 1960, o Brasil alcançou patamares de desenvolvimento econômico expressivos que se contratavam com os problemas sociais. O desenvolvimentismo era falho, atingia apenas algumas parcelas da população e desenhava uma concentração de riquezas que não poderia ser mais protelada pelas ações conciliatórias do populismo. Passado o arroubo do breve governo de Jânio Quadros (1961), o populismo teve sua última representação no governo de João Goulart.

Antes de assumir o governo, Jango teve de aceitar as exigências dos militares que não admitiam a sua chegada ao governo. Submetido às limitações do parlamentarismo, ele seria previamente impedido de reavivar o populismo nacionalista. Entretanto, em 1963, conseguiu a aprovação de um plebiscito que reestruturou o presidencialismo e, consequentemente, fortaleceu a ação do poder Executivo. Nesse momento, João Goulart ofereceu ao país um conjunto de mudanças previstas pelas Reformas de Base.

Conquistando o rápido apoio de líderes sindicais, nacionalistas e partidos políticos de esquerda, João Goulart não teve mais condições de assumir o comportamento dúbio que marcava o populismo. Já nesse instante, os grupos de tendência conservadora se mostraram desconfiados com os projetos sociais das Reformas de Base. Com isso, em 31 de março de 1964, os militares se lançaram às armas e golpearam de uma vez só a democracia e o populismo no Brasil.


A partir daqui a história brasileira ganhou novos rumos.

 

E



No ano de 1946, o Brasil ganhou uma nova constituição responsável pela reintrodução da democracia no contexto político brasileiro. De fato, as novas leis constituintes acabaram com o autoritarismo do Estado Novo e devolveram a soberania política ao voto popular. Entretanto, após os vários anos em que Getúlio Vargas se colocou a frente do governo, o cenário político brasileiro se mostrou tomado por várias tendências carentes de uma orientação política mais bem articulada.

Foi nessa ausência de organização ideológica que o populismo abraçou intensamente o desenvolvimento da democracia. Aclimatado à imagem de um líder soberano, as camadas populares se entregaram facilmente aos líderes que demonstravam, por meio de ações políticas e simbólicas, o seu compromisso para com as massas. Contudo, apesar de provedor de direitos, o líder populista também se colocou atrelado ao desenvolvimentismo almejado pelos vários setores da elite nacional.

Através de um recuo no tempo, vemos que o populismo deu seus primeiros passos quando Getúlio Vargas implementou os direitos da classe trabalhadora. Fato inédito em nossa trajetória, a valorização do trabalhador assalariado não foi interpretada como uma resposta a um país que se urbanizava. Para uma vasta população pobre e desinformada, tais direitos era o resultado da ação personalista de Getúlio Vargas. Não por acaso, ele ganhou a alcunha de “pai dos pobres”.

Por meio de tais ações, vemos que Vargas não só fortaleceu sua carreira política, bem como prolongou seu mandato através de um falso golpe que legitimou o Estado Novo. Após a participação na Segunda Guerra Mundial, indo contra os regimes totalitários da Europa, a sustentação de sua ditadura se tornou praticamente impossível. Nesse instante, ele tomou a frente do processo de redemocratização do país e, com isso, preservou o tom positivo de sua imagem política.

Tal conservação se mostrou eficaz a ponto de determinar a eleição de Eurico Gaspar Dutra (1946 - 1951) e a vitória de Getúlio Vargas nas eleições de 1950, quando ele retornou “nos braços do povo”. Já no contexto da Guerra Fria, a presença de políticos que agradavam ao povo e às elites se tornava parte de um jogo político cada vez mais delicado. Sob a égide da ordem bipolar, a aproximação das classes trabalhadoras e o nacionalismo era alvo de desconfiança.

Defender o “povo” e a “nação” fechava as portas do país para o capital estrangeiro e abria as mesmas para a organização de regimes de esquerda. Foi nesse contexto que o populismo experimentou sua crise. Em suma, ele se colocava entre a abertura econômica defendida pelos setores desenvolvimentistas e as crescentes demandas sociais das classes trabalhadoras. Não suportando as pressões dessa situação dúbia, o próprio Vargas atentou contra a própria vida.

Dali em diante, outras lideranças figuraram o populismo. Já em 1955, setores militares e ultraconservadores se colocaram contra a vitória eleitoral de Juscelino Kubitschek. Antevendo a possibilidade de golpe, Henrique Lott, ministro da Guerra, interveio para que um golpe militar não fosse instituído no país. Com sua pauta desenvolvimentista, JK angariou a estabilidade política ao conciliar seu comportamento populista à ampla participação do capital estrangeiro na economia nacional

EUA x URSS
Encerrada a Segunda Guerra Mundial, observamos que o colapso do totalitarismo abriu portas para que Estados Unidos e União Soviética tomassem frente à reorganização do cenário político internacional. Uma primeira demonstração da cisão entre esses dois blocos aparece na própria ocupação da Alemanha, onde os dois países citados disputam palmo a palmo o território germânico. Com a construção do muro de Berlim, presenciamos a materialização dessa disputa.

Mais do que duas nações, Estados Unidos e União Soviética representaram o antagonismo entre dois modos de organização da sociedade, da economia e das relações políticas. Sendo assim, a chamada “guerra fria” simboliza o enfrentamento dessas duas ideologias fomentadas pelo suporte ideológico dos valores de ordem socialista e capitalista. Além disso, devemos destacar que a “guerra fria” ganha esse nome por não observarmos um confronto direto entre soviéticos e norte-americanos.

Na verdade, ao longo dessa época, a Guerra Fria se desenvolveu através de ações governamentais pelos líderes de cada bloco, cada um interessado em expor a hegemonia do sistema que representava. Desse modo, filmes, cartazes, textos e outras manifestações são vistas como um modo de propagandear a visão de mundo de cada um dos blocos. Apesar de significativas, tais manifestações culturais não encerraram a questão do desenvolvimento da guerra fria.

Visando manter a hegemonia em suas áreas de interesse, os envolvidos na Guerra Fria montaram grandes planos de ajuda financeira para auxiliar as nações que sofreram os efeitos e perdas decorrentes da Segunda Guerra Mundial. Entre os norte-americanos, o Plano Marshall determinou o envio de dinheiro para nações da Europa Ocidental e do Continente Americano. Já na União Soviética, o Comecon estabelecia os mesmos objetivos com os países integrados ao socialismo.

Além de tais recursos, os blocos desse sistema bipolar se envolveram em questões políticas que estavam relacionadas a expansão e a retração do capitalismo ou do socialismo ao redor do mundo. Sendo assim, a guerra fria é marcada pela intervenção ou o auxílio militar de exércitos que defendiam o interesse ideológico do bloco que representavam. A Guerra da Coreia, a Revolução Chinesa, a Guerra do Vietnã e a própria Revolução Cubana expõem a ação capitalista e socialista em tal situação.

Nessas situações de conflito indireto, acontecia paralelamente uma corrida tecnológica e armamentista que também demarcou o auge dessa disputa. O desenvolvimento de armas nucleares, o anúncio de novas tecnologias de destruição, o aprimoramento de armamento militar, a ampliação de exércitos e até a exploração espacial figuravam nesse outro braço da disputa dos blocos. Sendo assim, a Guerra Fria determinou o gasto de quantias exorbitantes.

Por volta da década de 1970, observamos que essa tensão passou a se enfraquecer com a assinatura de acordos que estabeleciam a distensão da corrida armamentista. Logo em seguida, o colapso da economia soviética determinou a realização de mudanças estruturais na economia da grande nação socialista. Ao fim da década de 1980, a crise do socialismo soviético e a queda do Muro de Berlim demarcaram historicamente a desintegração do bloco socialista e o fim da Guerra Fria.


 Com a eleição de Ronald Reagan em 1981, iniciou-se novamente o acirramento entre as potências.
Os americanos investiram alto no setor bélico deflagrando a chamada “Guerra nas Estrelas”.
Durante o segundo mandato de Reagan (1984 -1988), em 1987, foi assinado o tratado para eliminação de armas de médio e curto alcance (nessa época a URSS estava sob o comando de Gorbachev), causando um alívio aos europeus, já que o acordo implicava a desativação de grande parte das ogivas voltadas para aquele lado.
As hostilidades entre os dois países estavam quase acabando.
A Guerra Fria terminou por completo com a ruína do mundo socialista (a URSS estava destruída economicamente devido aos gastos com armamentos) e com a queda do Muro de Berlim em 9 de novembro de 1989.

Referências:
http://www.infoescola.com/historia/guerra-fria/
http://www.brasilescola.com/historiab/democracia-populismo.htm

Nacionalismo na África e na Ásia

Nacionalismo na África e na Ásia



Após o fim da Segunda Guerra Mundial (1945), acelerou-se o processo de descolonização dos diversos países da África e da Ásia que pertenciam a impérios coloniais europeus.
A descolonização afro-asiática não foi um processo homogêneo, ocorrendo de duas maneiras: a pacífica e a violenta.
No caso da via pacífica, a independência da colônia era realizada progressivamente pela metrópole, com a concessão da autonomia político-administrativa, mantendo-se o controle econômico do novo país, criando, dessa forma, um novo tipo de dependência.
As independências que ocorreram pela via da violência resultaram da intransigência das metrópoles em conceder a autonomia às colônias. Surgiam as lutas de emancipação, geralmente vinculadas ao socialismo que levaram a cabo as independências. 
A descolonização desses continentes resultou de dois fatores:
•Fatores Internos: a longa luta dos movimentos nacionalistas afro-asiáticos, que buscavam a independência política de seus povos;
•Fatores Externos: o enfraquecimento da Europa do pós-guerra, que tornou difícil a manutenção da dominação colonial na base da força e da violência.
Além disso, a própria opinião pública europeia desenvolveu uma consciência anticolonialista. Não aceitava que os países inimigos da opressão nazifascista mantivessem oprimidos os povos da África e da Ásia.


A luta da Índia
A Índia era uma das mais importantes colônias britânicas da Ásia. No decorrer da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), a Inglaterra prometeu aos indianos que se eles lutassem contra os alemães receberiam em troca, maior autonomia administrativa. Terminada a guerra, entretanto, os ingleses esqueceram suas promessas e passaram a reprimir violentamente todas as tentativas de emancipação da Índia.

O grande líder Indiano que se opôs à dominação inglesa foi Mahatma Gandhi (1869-1948). O principal método utilizado por Gandhi na luta contra os ingleses baseava-se na estratégia da não violência ativa. Gandhi pregava a desobediência civil dos indianos contra as autoridades inglesas, a recusa de pagar impostos, a rejeição aos produtos importados da Europa.

Em 1947, a Índia conquistou a independência política, mas seu território foi dividido em República da Índia e República do Paquistão (Oriental e Ocidental). Posteriormente, em 1972, após violenta guerra, o Paquistão Oriental separou-se do Ocidental e assumiu o nome de Bangladesh.


Consequências da descolonização afro-asiática
A principal consequência do processo de descolonização afro-asiática foi a criação de um novo bloco de países que juntamente com a América Latina passaram a compor o Terceiro Mundo.
Essa denominação deve-se ao fato de que os países originados a partir desses processos de independência acabaram por manter vínculos de dependência econômica com os países capitalistas desenvolvidos (Primeiro Mundo) ou com países socialistas desenvolvidos (Segundo Mundo).

HISTÓRIA POR HISTÓRIA

HISTÓRIA POR HISTÓRIA

sexta-feira, 21 de junho de 2013

A vida na Roma Antiga: vida urbana e sociedade, cotidiano, república, escravismo, militarismo e direito

De Rômulo e Remo à República e ao Império

Para entender como Roma conseguiu adquirir tanta importância e poder é necessário conhecer sua história em mais detalhes. A origem da sociedade romana não tem uma evidência concreta. Baseia-se numa lenda, que era uma maneira antiga de explicar fatos cuja memória se perdeu em tempos muito distantes. Assim, o poeta romano Virgílio alimentou a fantasia de seu povo ao contar que Roma teria sido fundada por dois irmãos: Rômulo e Remo.
Os dois haviam sido abandonados pelo pai ao nascer e só sobreviveram por terem sido alimentados por uma loba. O fato é que os irmãos cresceram, vingaram-se do pai e receberam a missão de fundar uma cidade no local onde foram encontrados pelo animal. Essa lenda criou também a data exata do "nascimento" de Roma: os irmãos teriam fundado a cidade em 753 a.C. O próprio nome dessa localidade derivou do nome um deles (Rômulo), que acabou matando seu irmão Remo devido a disputas políticas.
Como se pode ver, a origem de Roma foi inventada através de uma história que misturava o instinto animal (simbolizado pela loba que amamentou os irmãos), com o nascimento de algo novo (a cidade fundada num lugar deserto), retornando aos instintos agressivos no final (simbolizados na rivalidade entre os irmãos e no assassinato de um deles). Assim, essa origem imaginada serviu para os vários imperadores que a governaram justificarem o caráter agressivo e conquistador dessa sociedade romana.

Patrícios e plebeus

Se não temos dados concretos sobre sua fundação, podemos começar a contar a história de Roma, a partir da monarquia (753 a 509 a.C.). Nesse período, o meio de subsistência principal daquele povo era a agricultura. A sociedade romana dividia-se em quatro grupos, segundo a posição política, econômica e social de cada pessoa: havia patrícios, plebeus, clientes e escravos.
A palavra "patrício" (do latim pater, pai) indicava o chefe da grande unidade familiar ou clã. Esses chefes, os patrícios, seriam descendentes dos fundadores lendários de Roma e possuíam as principais e maiores terras. Eles formavam a aristocracia, sendo que somente esse grupo tinha direitos políticos em Roma e formava, portanto, o governo.
Já os plebeus eram descendentes de populações imigrantes, vindas principalmente de outras regiões da península Itálica, ou fruto dos contatos e conquistas romanas. Dedicavam-se ao comércio e ao artesanato. Eram livres, mas não tinham direitos políticos: não podiam participar do governo e estavam proibidos de casar com patrícios.
Num outro patamar, vinham os clientes, também forasteiros, que trabalhavam diretamente para os patrícios, numa relação de proteção e submissão econômica. Assim, mantinham com os patrícios laços de clientela, que eram considerados sagrados, além de hereditários, ou seja, passados de pai para filho.

Por fim, os escravos, que inicialmente eram aqueles que não podiam pagar suas dívidas e, portanto, tinham que se sujeitar ao trabalho forçado para sobreviver. Depois, com as guerras de conquista, a prisão dos vencidos gerou novos escravos, que acabaram se tornando a maioria da população.

República e expansão

As conquistas aos outros povos e regiões trouxeram o crescimento das atividades comerciais e das negociações em moeda. A riqueza se concentrou ainda mais nas mãos dos patrícios, que se apropriavam das novas terras. Isso tudo dividiu profundamente a sociedade romana entre ricos (aristocratas) e pobres (plebeus), além da grande massa de escravos que ia se formando. Também os membros do exército, enriquecidos pelas conquistas e saques, tornaram-se uma importante camada social.
A expansão romana iniciou-se na República (509 a 27 a.C.), por meio das lutas contra os povos vizinhos para obterem escravos (séculos. 5 a 3 a.C.). Depois disso, expandiu-se para a Grécia (séc. 3 a.C.), Cartago (cidade africana que controlava o comércio marítimo no Mediterrâneo) e Macedônia (com a conquista da Grécia, havia formado um grande império), sendo estas duas cidades conquistadas no séc. 2 a.C. Na seqüência, o Egito, a Britânia (que corresponde aproximadamente à atual Grã-Bretanha) e algumas regiões da Europa e da Ásia foram conquistados no séc. 1 d.C.
Desde sua origem, Roma fora governada por reis. Um deles foi expulso por tirania em 509 a.C. e o governo da República se estabeleceu, propondo uma nova divisão de poderes entre o Senado, os Magistrados e as Assembléias.
Com as conquistas militares de novos territórios, os generais do Exército acumularam muitos poderes políticos e para deterem as revoltas dos povos dominados, resolveram concentrar o poder. Júlio César era um general que havia conquistado a Gália em 60 a.C. Depois disso, deu um golpe em Roma, atacando-a no ano de 49 a.C. e proclamando-se ditador perpétuo (ou seja, governaria com poderes ilimitados até a sua morte). Foi nesse mesmo ano que conseguiu dominar o Egito. No entanto, nem ele nem seu governo tiveram vida longa: foi assassinado pelos próprios romanos em 44 a.C.

O Império Romano

Com a morte de Júlio César, três líderes políticos governariam juntos. Um deles, Otávio, derrotou os outros e foi o primeiro imperador romano em 31 a.C., recebendo do Senado os títulos de Princeps (primeiro cidadão), Augustus (divino) e Imperator (supremo). Passou para a história com o nome de Augusto, embora essa denominação acompanhasse todos os imperadores que o sucederam. Roma teve 16 imperadores entre os séculos 1 e 3 d.C. A partir daí, começou a desagregação do Império e o descontrole por parte de Roma dos povos dominados.
Entre os séculos 3 e 4 d.C., o imperador Dioclesiano dividiu o Império Romano numa parte ocidental e noutra oriental. Constantino, o imperador seguinte, tomou duas importantes medidas: reunificou seus domínios, tornando a capital do Império Romano Bizâncio (depois chamada de Constantinopla e, hoje, Istambul, na Turquia), localizada na parte oriental dos domínios romanos e legalizou a prática do cristianismo.
Finalmente, Teodósio, um dos últimos imperadores, tornou o cristianismo religião oficial de todo o Império e dividiu-o novamente em duas partes, sendo as capitais Roma e Constantinopla. A primeira foi dominada pelos povos germanos em 476 e marcou o fim do Império Romano do Ocidente. A segunda foi dominada em 1453 pelos turcos e marcou o fim do Império Romano do Oriente.

Quadro sintético

História de Roma
Períodos
Datas
Monarquia
de 753 a.C. (data tradicional da fundação de Roma) a 509 a.C. (derrota dos Tarqüínios).
República
de 509 a.C. (proclamação da República) a 27 a.C. (Otaviano recebe o Senado o título de Augusto)
Império
de 27 a.C. a 476 d.C. (queda do Império romano do Ocidente)

material para 3 semestre 5º serie

MUNDO GREGO: Grécia antiga, clássica e helenística
Durante aqueles séculos em que os gregos criaram todas as suas lendas, seus deuses e seus mitos, eles formaram as principais características do modo de vida que adotaram. Como já pudemos perceber, os gregos formaram cidades-estados. Ou seja, cada cidade se tornou um pequeno “país”. Veremos agora como eram as cidades-estados gregas, como os gregos viviam, e que forma de governo eles adotaram.
A VIDA SOCIAL: As casas dos gregos, em geral, eram pequenas. Eles gostavam mesmo era de se reunir nos parques e nas praças das cidades, onde conversavam e trocavam idéias. A roupa que usavam parecia um pequeno lençol preso no ombro. A vestimenta das mulheres era, muitas vezes, bordada. Os estrangeiros tinham de pagar impostos e, em caso de guerra, deviam prestar alguns serviços à cidade na qual moravam.
A VIDA NAS CIDADES: Os gregos moravam em cidades independentes que chamavam de pólis. A agricultura era a principal riqueza. Por isso, a propriedade da terra era símbolo de prestígio.
A GRÉCIA ANTIGA E A GRÉCIA PRÉ-HELÊNICA
A Grécia Antiga ou Hélade localizava-se na bacia do Mar Egeu, abrangendo o território europeu ao sul da Península Balcânica, as ilhas dos mares Egeu e Jônio e a costa ocidental da Ásia Menor. Daí se espalhou pelas costas dos mares Negro e Mediterrâneo, atingindo o sul da Itália e da França e a costa da Líbia no norte da África, sendo o mar Mediterrâneo sua principal via de comunicação. A civilização grega ou helênica começou a existir por volta de 1200 a 1100 a.C., com a chegada dos dórios ao sul da Península Balcânica, conquistando os aqueus que aí habitavam. Anteriormente à chegada dos dórios, existiram na região da bacia do Mar Egeu duas importantes civilizações: a Cretense, na ilha de Creta e a Aqueana ou Micênica, no continente europeu. Essas civilizações conheciam a escrita, utilizavam armas e instrumentos de bronze e tinham agricultura, artesanato e comércio desenvolvidos.
O PERÍODO HOMÉRICO (SÉCULOS XII O XI a.C.): A organização gentílica dos gregos
Os quatrocentos anos que se seguiram à chegada dos dórios (de 1200 a 800 a.C. aproximadamente) permanecem bastante obscuros para nós, devido à escassez de fontes escritas. O que existe sobre a época são os poemas épicos a “Ilíada” e a “Odisséia” escritos por Homero. Os poemas homéricos referem-se aos acontecimentos relacionados à destruição da sociedade micênica, como as guerras de Tebas e de Tróia. Relatam as ações dos heróis gregos, com a ajuda de seus deuses. De sua leitura, percebe-se que a sociedade da época era formada por reis (basileus) e nobres, senhores de terras e rebanhos. Os nobres organizavam-se em famílias extensas – os genói – em que os membros eram unidos por laços de parentesco consangüíneo e/ou religioso. O “genos” era o núcleo humano em torno do qual se estruturava o “oikos”, unidade econômica que compreendia terras, casas, ferramentas, armas e gado, dos quais dependia a sobrevivência do grupo. O trabalho no “oikos” – pastoreio, agricultura de cereais, legumes e frutas, produção de óleo e vinho, fiação e tecelagem – era realizado pelos membros do “genos” e pelos escravos, obtidos através de pilhagens e saques; tanto quanto possível, o “oikos” procurava ser auto-suficiente. A principal ocupação dos nobres, chefes dos “oikos”, era a guerra praticada contra os vizinhos ou inimigos externos. As lutas se restringiam ao combate individual entre os guerreiros, pesadamente armados. O objetivo das guerras era essencialmente a aquisição de escravos e de metais que o “oikos” não produzia. Além dos reis e dos nobres, existiam trabalhadores livres – demiurgos – ferreiros, carpinteiros, videntes e médicos, que prestavam serviços aos nobres e ocasionalmente participavam de suas assembléias, como ouvintes, sem direito a tomar decisões. Abaixo dos demiurgos, havia os tetes, homens sem posses e sem especialização, que vagavam de um lado para outro em troca de algum alimento ou roupa.


Por volta do século VIII a.C., em algumas regiões do território grego dos Bálcãs, da Ásia Menor e das ilhas do Mar Egeu, já havia um grande número de comunidades dominadas por grupos de famílias aristocráticas proprietárias das melhores terras, que justificavam seu poder pela autoridade que lhes provinha dos antepassados, muitas vezes um “herói” famoso do passado, ou mesmo até um deus. A figura do rei desaparecera, substituída por magistrados eleitos e por conselhos de nobres. Aos poucos o pequeno povoado tornou-se regra, com a população reunindo-se em volta das antigas fortificações micênicas, onde logo surgiam uma praça para o mercado e um ou dois templos. Esboçava-se assim a forma de vida tradicional dos gregos – a “pólis” – que irá se expandir de forma original durante os séculos seguintes.
AS CIDADES GREGAS: ATENAS E ESPARTA
ESPARTA – A PÓLIS
OLIGÁRQUICA
A cidade de Esparta surgiu por volta do século XI a.C., quando os dórios invadiram a região e dominaram a população aquéia, transformando-a em hilotas – escravos do Estado. Os dórios dividiram a terra dos vencidos entre si, cabendo um lote de terra a cada família dórica. O aumento da população determinou a expansão de Esparta sobre os territórios vizinhos. No fim dos século VIII a.C., os espartanos já haviam conquistado a Lacônia e a Messênia, ao sul do Peloponeso e reduzido também seus habitantes a condição de hilotas. A sociedade espartana era formada de três classes sociais distintas. A classe dominante era a dos cidadãos, denominados esparciatas, de origem dórica, proprietários de lotes de terra cultivadas pelos hilotas e transmitidos hereditariamente. Os esparciatas dedicavam-se exclusivamente às tarefas públicas e militares. A última classe era a dos hilotas – servos do Estado. Os hilotas eram descendentes da população nativa dominada: cultivavam o Kleros e realizavam todo tipo de trabalho, sustentando os esparciatas e suas famílias. Diferentemente dos escravos de Atenas, os hilotas não eram estrangeiros comprados no mercado. A necessidade de manter as populações nativas submetidas transformou Esparta numa sociedade fortemente militarizada, exigindo dos cidadãos espartanos uma disciplina férrea, iniciada desde a infância. Foi em Esparta que o sistema hoplítico de combate, criado pelos gregos, mais se desenvolveu. Por esse sistema, os cidadãos soldados – os hoplitas – combatiam com suas lanças, a pé, em fileiras sucessivas, protegidos por seus escudos, dispensando o uso de cavalos. A organização política de Esparta era oligárquica, regida por leis não escritas atribuídas ao lendário legislador Licurgo. Havia dois reis, hereditários, com funções religiosas e militares. O poder de fato era exercido pela Gerúsia ou Conselho de Anciãos, órgão composto por 28 cidadãos com mais de 60 anos, inclusive os reis. A esse órgão competia fazer as leis. Os Éforos ou vigilantes, em número de cinco, eram cidadãos eleitos anualmente, com o poder de fiscalizar tudo e todos e de convocar a Assembléia dos cidadãos ou Apela. A Apela, formada pelos esparciatas maiores de 30 anos, elegia os gerontes e os éforos e votava, sem discutir, as propostas dos éforos ou da Gerúsia. Esparta apresentava um sistema político inteiramente diferente do que Atenas desenvolvia: era uma cidade-estado fechada em si mesma, sob o controle oligárquico de talvez 8 ou 9 mil esparciatas proprietários de terra, com qualidades militares excepcionais. Isso era possível devido ao extenso trabalho dos hilotas, que retirava dos cidadãos qualquer encargo direto com a produção, pemitindo-lhes o tempo necessário para o treinamento para a guerra.
ATENAS: OLIGARQUIA, TIRANIA E DEMOCRACIA ESCRAVISTA
A cidade-estado de Atenas está situada na península da Ática, ocupada pelos jônios desde o século X a.C.. No início do período arcaíco (século VIII a.C.), sua população livre estava assim dividida: os eupátridas, de origem gentílica,grandes proprietários de terras trabalhadas por escravos; os georgói, pequenos proprietários de terras, trabalhadas por eles mesmos; os demiurgos, trabalhadores livres como artesãos, comerciantes, proprietários de pequenas oficinas, médicos, advinhos, professores. As duas últimas classes formavam o “demos”, o povo. Com o desenvolvimento da colonização e das trocas, um grande número de estrangeiros – os metecos – fixou-se em Atenas, dedicando-se principalmente ao comércio.
Nessa época, Atenas constituía uma oligarquia, governada pelos eupátridas, reunidos num conselho de nobre que escolhia os Magistrados, denominados Arcontes. Os Arcontes, em número de nove, eram eleitos por um período de um ano.
Os camponeses (georgói), os artesãos (demiurgos), os estrangeiros (metecos) e os escravos não possuíam qualquer poder político. Em Atenas, assim como nas demais cidades gregas, a base da vida econômica era a terra, que pertencia aos eupátridas e aos georgói, sendo o trabalho escravo muito utilizado, principalmente pelos primeiros. Nos séculos VIII e VII a.C., tornou-se comum a escravização de cidadãos atenienses, geralmente pequenos proprietários que não conseguiam produção suficiente para o sustento familiar e se endividavam em grãos e ferramentas junto às famílias ricas. Progressivamente, os eupátridas aumentavam suas propriedades, incorporando as terras dos devedores que não conseguiam saldar seus compromissos e transformando-os em escravos. Essa situação trazia grande insatisfação, gerando lutas entre a aristocracia agrária e as classes populares, que se estenderam por todo o século VII a.C. e que resultaram em reformas no governo oligárquico de Atenas.
O POVO, DURANTE A ÉPOCA DA OLIGARQUIA, E AS REFORMAS DE SÓLON
“... aconteceu que os nobres e a multidão (povo) entraram em conflito por largo tempo. Com efeito, o regime político era oligárquico em tudo; e, em particular, os pobres, suas mulheres e seus filhos, eram escravos dos ricos. Chamavam-lhes “clientes” ou hectómores (sextanários): porque era com a condição de não guardar para si mais de um sexto da colheita que eles trabalhavam nos domínios dos ricos. Toda a terra estava num pequeno número de mãos; e se eles não pegavam a sua renda (de 5/6 da colheita), podiam ser tornados escravos, eles, suas mulheres e seus filhos; pois todos os empréstimos tinham as pessoas por caução, até Sólon, que foi o primeiro chefe do partido popular... O povo... não possuía nenhum direito... o povo revoltou-se então contra os nobres. Depois de violenta e demorada luta, os dois partidos concordaram em eleger Sólon como árbitro e arconte; confiaram-lhe o encargo de estabelecer uma constituição. ... Sólon libertou o povo... pela proibição de emprestar tomando as pessoas como caução... aboliu as dívidas tanto privadas como públicas...” (ARISTÓTELES, “A Constituição de Atenas.” In: FREITAS, G. de, op. Cit. p. 67.)
Coube a Sólon, eleito arconte em 594 a.C., redigir novas leis para Atenas. Determinou a libertação dos camponeses das hipotecas e da escravidão por dívidas e proibiu empréstimos sujeitos à escravização do devedor e de sua família. Procurou estabelecer uma relação entre a fortuna do cidadão e seus direitos políticos, dividindo a população de Atenas em quatro classes, segundo o rendimento anual e individual. Assim, privou a aristocracia no monopólio dos cargos públicos, pois às duas primeiras classes foi permitido o acesso às magistraturas mais altas; à terceira, o acesso às magistraturas mais baixas e à quarta e última, um voto na Assembléia Popular ou Eclésia, órgão de representação dos cidadãos. Sólon critou também o Conselho dos Quatrocentos – a Bulé – composto de cidadãos maiores de 30 anos, à razão de 100 por cada uma das quatro tribos jônicas tradicionais de Atenas.
As reformas de Sólon diziam respeito exclusivamente aos cidadãos nascidos em Atenas, excluindo os comerciantes estrangeiros (metecos), os demais escravos existentes e as mulheres. Além disso, não rompeu com o poder exercido pela aristocracia, visto que não houve uma melhor distribuição das terras. Por outro lado, a proibição da escravização de atenienses intensificou a utilização do escravo-mercadoria obtido no comércio com os bárbaros, nas guerras entre as cidades ou através de pirataria.
A TIRANIA
A persistência das lutas entre os aristocratas e os setores populares, que incluíam também os comerciantes e armadores

enriquecidos com a agro-exportação, fez surgir em Atenas a figura do tirano, líder político que tomava o poder apoiado pelas massas. Durante o século VI a.C., outras cidades conheceram também a tirania. Os tiranos eram geralmente originários do grupo de novos proprietários de terra, porém sem origem gentílica. Foram importantes porque introduziram reformas na legislação agrária em benefício das classes populares e inovaram na arte militar. Com eles, o direito à cidadania foi ampliado, as leis deixaram de ser privilégio da aristocracia e foram publicadas.
O tirano ateniense Psístrato (560/527 a.C.) procurou regulamentar definitivamente a questão agrária, distribuindo aos camponeses as terras confiscadas aos nobres; assim, o regime de pequena propriedade impôs-se em toda a Ática. Psístrato proporcionou emprego aos artesãos e aos trabalhadores urbanos, através de um programa de construção de obras públicas como templos, estradas, fortificações e portos; forneceu também assistência financeira direta aos camponeses, sob a forma de empréstimos. Em seu governo, Atenas transformou-se no maior centro urbano do mundo helênico. Com sua morte, em 527 a.C., o poder passou às mãos de seu filho Hípias, que governou até 510 a.C., quando foi deposto por uma revolução. Terminou, assim, a época da tirania, em Atenas. Na Grécia, as tiranias foram fases decisivas no processo de transição do poder oligárquico da nobreza para a cidade-estado clássica, do século V a.C.. Significaram o fim da dominação das póleis pelas famílias gentílicas, permitindo a evolução para a democracia.
A DEMOCRACIA
Com a deposição de Hípias, último tirano de Atenas, ressurgiram as lutas políticas, por um breve período. Em 508 a.C., com forte apoio popular, Clístenes assumiu o governo, estabelecendo a democracia. Clístenes dividiu a população de Atenas em 160 demói (circunscrições administrativas), espalhadas por 30 tritias e 10 tribos (circunscrições eleitorais). Cada tribo continha três tritias: uma do litoral, uma da área urbana e outra da área rural. Assim, cada tribo era composta por grandes e pequenos proprietários, mercadores, artesãos e marinheiros, acabando por completo com o predomínio das grandes famílias gentílicas. A reforma de Clístenes instituiu também a votação secreta para o Conselho ou Bulé.
Essa teve o número de conselheiros aumentado para 500 (50 por tribo), com funções de controlar as magistraturas e preparar os projetos de lei a serem submetidos à Assembléia Popular ou Eclésia, que se transformou no órgão mais importante de Atenas. No decorrer do século V a.C., a democracia ateniense foi sendo aperfeiçoado, através de diversas medidas que ampliaram cada vez mais os direitos dos cidadãos livres, maiores de 18 anos, filhos de pai ateniense. Camponeses e artesãos transformaram - se, assim, em cidadãos plenos, independentemente de suas posses. Entre as inovações, houve a criação dos estrategos, magistrados militares encarregados dos assuntos militares, à razão de um por tribo, e a instituição do “ostracismo” – expulsão, com cassação dos direitos políticos por dez anos, do cidadão denunciado como prejudicial à pólis, pela Assembléia Popular.
Entretanto, a democracia pressupunha a existência do escravo – mercadoria, em número cada vez maior, sendo Atenas a cidade onde a escravidão mais se expandiu. Do ponto de vista do grego, a cidadania não podia existir sem a sujeição de outros. O trabalho escravo propiciava ao cidadão o tempo livre para os serviços da pólis e para a vida intelectual, favorecendo o florescimento da civilização. Enquanto os trabalhadores livres eram mais numerosos nas atividades de subsistência, na pequena produção mercantil e no comércio varejista, os escravos predominavam na produção em larga escala, no campo e na cidade, nas minas e nos serviços domésticos. Assim, coexistiam o trabalho livre e o trabalho escravo.
Havia também escravos alugados exercendo funções de porteiros, pedagogos, cozinheiros, amas, sendo que seus donos recebiam-lhes o salário; escravos que trabalhavam pagando a seus senhores quotas fixas ou parte dos ganhos; escravos do Estado, utilizados na pavimentação de ruas, na fabricação de moedas, como guardas, etc. Por serem de origem muito diversificada, as revoltas de escravos foram muito raras. A alforria (liberdade) podia ser alcançada e o liberto era considerado da mesma categoria social que os metecos (estrangeiros residentes em Atenas). Liberdade e escravidão estiveram estreitamente ligadas no mundo helênico.
O PERÍODO CLÁSSICO (SÉC. V E IV a. C.): No início do século V a.C., os gregos tiveram que enfrentar a ameaça dos persas, cujo Império chegou a abranger a Líbia, as cidades gregas da Ásia Menor, o Egito, a Trácia e a Macedônia, controlando importantes regiões fornecedoras de trigo. Em 492 a.C., os persas atacaram diretamente a Grécia continental, tendo sido derrotados pelos atenienses nas batalhas de Maratona (490 a.C.), provando a superioridade no combate. Numa outra investida, os persas foram novamente derrotados por Atenas na batalha

quinta-feira, 20 de junho de 2013

HISTÓRIA POR HISTÓRIA: hieroglifos

HISTÓRIA POR HISTÓRIA: hieroglifos

MAPA DO EGITO ANTIGO

MAPA DO EGITO ANTIGO
BAIXO E ALTO EGITO

MENSAGEN

UMA VIDA SEM HISTÓRIA NÃO É VIDA E SIM UM TEMPO PERDIDO.
Marcos Antônio Gonçalves

hieroglifos



Região é berço das primeiras civilizações humanas



Região é berço das primeiras civilizações humanas
O Oriente médio é formado pela junção da África, Eurásia e do Mar mediterrâneo junto com o Oceano Indico. Sobre as religiões, podemos dizer que ali fora o berço de religiões como islamismo, judaísmo, cristianismo, Yazidi, e o mitraismo que nasceu no Ira. Dentre os territórios e regiões, encontram-se: Arábia Saudita, Iraque, Bahrein, Jordânia, Chipre, Kuwait, Egito, Líbano, Turquia, Palestina, Emirados Árabes Unidos, Omã, Lémen, Qatar, Israel, Síria, Afeganistão e Irã

As primeiras civilizações humanas nasceram e se desenvolveram nas proximidades dos grandes rios, no Oriente. A aridez do clima e a baixa fertilidade do solo obrigaram essas sociedades a utilizarem, com racionalidade e eficiência, os recursos hídricos disponíveis para a prática da agricultura. Entre elas destacaram-se Egito e Mesopotâmia.
Egito
O rio Nilo foi responsável pelo florescimento da civilização egípcia. Suas margens eram aproveitadas para o cultivo de alimentos que sustentavam uma população organizada em comunidades camponesas, controladas por um Estado fortemente centralizado, a quem deveriam pagar pesados impostos. O faraó, assessorado por vasto corpo de funcionários, tinha poderes absolutos sobre a população. No Egito, as obras de irrigação (diques, depósitos de água, canais), realizadas por numerosa mão-de-obra escrava, permitiram o desenvolvimento da civilização.
Mesopotâmia
Situada entre os rios Tigre e Eufrates, a Mesopotâmia foi um importante império na Antigüidade. Alvo de permanentes ataques e invasões, sua história é marcada pela sucessão de dominações de povos de diversas origens: sumérios, assírios, babilônios… No início, os mesopotâmicos organizavam-se em cidades-estado que aos poucos deram lugar a um Estado centralizado. Entre os governantes mesopotâmicos, destacaram-se Assurbanipal e Nabucodonossor.
Essas civilizações produziram rica cultura, cujos vestígios ainda hoje podem ser vistos como as grandes pirâmides do Egito.
Ambas acabaram sendo dominadas pelos persas, povo militarista e guerreiro que construiu vasto império no Oriente.
Outras civilizações do Antigo Oriente
Ainda no Oriente, desenvolveram-se civilizações onde a agricultura não desempenhou papel econômico tão significativo como fenícios, hebreus e persas.
Fenícia
A principal atividade econômica dos fenícios foi o comércio marítimo. Dotada de vantagens geográficas e naturais, a Fenícia foi a civilização dos navegadores e mercadores da Antigüidade. A talassocracia (governo dos comerciantes) instalada na região destoava do restante do Oriente, onde a aristocracia controlava o poder e assegurava a hegemonia social. Da cultura fenícia herdamos o alfabeto com 22 letras. Também a Fenícia tornou-se província do Império Persa no século I a.C.
Pérsia
Os persas conquistaram vasto território no Oriente, chegando, inclusive a ameaçar o Ocidente, quando foram barrados pelos gregos durante as Guerras Médicas. Povo militarista e guerreiro, os persas conheceram o apogeu durante o reinado de Dario I, idealizador de um sistema administrativo altamente eficiente. Além de manterem uma postura de respeito aos usos e costumes dos povos dominados, os persas contavam com boa rede de comunicações (estradas reais), moeda única, governadores leais ao poder central… elementos que lhes permitiram assegurar o domínio sobre o império durante séculos. Foi somente no século I a.C. que o Império Persa foi subjugado por Alexandre da Macedônia.
Hebreus
A história hebraica é marcada por constantes deslocamentos, fixando-se durante séculos no território denominado Palestina. O solo pouco apropriado para a agricultura fez deles um povo de pastores, cuja característica mais conhecida foi o fato de serem a primeira civilização monoteísta da História.
O Judaísmo
As primeiras comunidades humanas costumavam adorar inúmeras divindades, normalmente associadas a fenômenos da natureza, da qual dependiam. Cultuavam o sol, a chuva, a terra, as águas, o fogo esperando que sua adoração permitisse-lhes uma vida de abundância. Mesmo os grandes impérios da Antigüidade, como Egito e Mesopotâmia, eram politeístas. O judaísmo, religião nascida entre os hebreus, foi a primeira religião monoteísta da qual se tem notícia.
A vida na china antiga
 O berço da civilização chinesa, que nasceu contemporaneamente às civilizações do Indo, do Egito e da Mesopotâmia, foi a extensa planície central cortada pelo rio Amarelo. Este rio deságua na costa leste da China, no Oceano Pacífico, depois de percorrer uma planície extremamente fértil. Deve-se essa fertilidade ao limo depositado pelas águas do rio ao transbordar; ao regime das chuvas que caem sobre a região; ao clima ameno que jamais alcança extremos de frio ou calor; uma espécie de poeira amarela, trazida pelos ventos, rica em sais minerais que, ao misturar-se com a terra, faz com que seja desnecessário aduba-la artificialmente.

Por volta de 4000 a.C. a China já possuía uma população considerável, espalhada por aldeias das quais quase nada sabemos. A primeira civilização importante foi a que se desenvolveu na planície do rio Amarelo, a cultura Yang-Shao (cerca de 3000 a.C.). Era constituída de agricultores que plantavam uma espécie de milho e, mais tarde, arroz; crivam, para sua alimentação, porcos, ovelhas e gado; domesticavam animais; especialmente o cachorro. Inicialmente não conheciam os metais, mas deixaram maravilhosas cerâmicas, com desenhos coloridos de vermelho, branco, preto; não representavam figuras humanas, nem mesmo animais ou plantas. As aldeias perto pero do delta alcançaram esse desenvolvimento só mais tarde (entre 3000 e 2000 a.C.). Sua cultura foi conhecida como a cultura Lung-Shan. Também os moradores dessas aldeias não tinham metais, que vieram conhecer só depois de 1600 a.C.; e sua cerâmica, sobre fundo preto, tinha como única decoração desenhos geométricos.

Os agricultores constituíam nove décimos da população. Produziam gêneros em grande quantidade, serviam para alimentar sacerdotes, governadores, soldados, artesãos, mercadores e estudantes, grupos esses bem menores, mas muito importantes na vida chinesa.

Por milhares de anos sucederam-se as dinastias que governaram a China; o império foi unificado, dividido e reunificado; mas, através de todas essas mudanças, a China sobreviveu e absorveu seus invasores. O segredo dessa sobrevivência está nas comunidades rurais (que continuavam plantando e colhendo, apesar de invasões, guerras ou inundações), na sua sociedade conservadora.

Os agricultores relutavam em mudar de hábitos: preferiam melhorar as condições de vida já existentes a iniciar mudanças radicais; preferiam conservar o que possuíam a empreender guerras de conquistas de resultado incerto. Além disso, mostraram sempre pouca curiosidade por outras terras e outros povos estabelecidos além de suas montanhas, aos quais chamavam bárbaros; os chineses consideravam-se o povo mais civilizado e acreditavam possuir o país mais populoso e fértil da terra.
Esse conservadorismo não tornou a civilização chinesa estática e imutável, pois os chineses – lentamente, mas com firmeza – foram melhorando suas técnicas, refinando sua arte, aumentando suas riquezas, seus conhecimentos, sua população, vindo a constituir, assim o primeiro grande império do Extremo Oriente.

A vida na áfrica antiga
A primeira grande civilização surgida na África,foi a civilização dos faraós teve as suas bases em solo africano. O Egito, porém, era muito diferente de qualquer outra região africana. Constituído como um grande oásis, com terras de aluvião excepcional-mente fértil que a cheia do Nilo renovava todos os anos, estava situado na grande encruzilhada em que a África se encontrava entre a Ásia e o mundo mediterrânico, entre as regiões do Mar Vermelho e do Oceano índico, constituindo um ponto de importância estratégica fundamental, e atraindo os povos e idéias de todas as direcções. Já muito antes de 3000 a.C., a fertilidade das suas terras fazia com que os agricultores produzissem para lá das suas necessidades imediatas, riqueza que permitia manter artífices especializados e comerciantes. Os cemitérios da cultura gerzeense, do 4.o milénio, fornecem simultaneamente as provas de uma enorme riqueza e de uma crescente desigualdade na sua distribuição. É então que subitamente aparece em cena a monarquia absoluta; de início, segundo parece, em dois reinos, um no delta e outro no vale inferior do Nilo, e mais tarde, no Egipto unificado e governado pelos Faraós.

A revolução operada no pensamento e na organização da humanidade representada por esta evolução, ficou notavelmente documentada nas pirâmides. Nos cemitérios de Gerzé, não obstante as crescentes desigualdades de riqueza que se notam entre os membros da sociedade, encontram-se enterrados os membros ricos ou pobres dessas comunidades. Mas, com o aparecimento dos Faraós, a vida comunitária ficou subordinada e seria representada pela vida do monarca, cuja sepultura se revestiu de um esplendor cada vez maior. Ao princípio, as sepulturas reais imitavam os túmulos dos cemitério de Gerzé, embora com mobilário mais rico e com algumas centenas de servos do monarca a acompanhá-lo para o outro mundo. Depois construiu-se sobre a sepultura uma espécie de grande palácio com o nome de mastaba, com sucessivas mastabas sobrepostas até se chegar à forma da pirâmide que conhecemos. A grande pirâmide de Gizé, construída cerca de 2400 a. C., medindo 150 metros de altura, com 60 milhões de toneladas de grandes blocos de pedra numa região onde a pedra de construção é rara, e erguida por homens que não tinham instrumentos de ferro nem máquinas, marca o apogeu dessa evolução. Os Faraós começaram por ser considerados como a encarnação do deus Hórus, e depois como filho do deus-sol, Amon-Rá. Em ambos os casos, eram os intérpretes da vontade divina e os únicos juízes da existência dos seus súbditos, do uso das terras agrícolas e dos tempos da sementeira e da colheita, dando a conhecer as suas ordens junto do povo mediante uma vasta hierarquia de sacerdotes, ministros, burocratas e e
scribas.